Instituído em 2016 na Assembleia Legislativa do Ceará, o Comitê Cearense pela Prevenção de Homicídios na Adolescência (CCPHA) liderou uma pesquisa de campo – em parceria com Governo do Estado, Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) e instituições do poder público e da sociedade civil – que mapeou as famílias que tiveram adolescentes assassinados em 2015 em sete cidades cearenses: Fortaleza, Juazeiro do Norte, Sobral, Maracanaú, Caucaia, Horizonte e Eusébio.

Foram ouvidas 224 famílias de adolescentes assassinados. Em 2015, 816 meninos e meninas de 10 a 19 anos foram mortos no território cearense, sendo 387 apenas na capital Fortaleza, segundo a Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social. A pesquisa mais abrangente feita no Ceará sobre homicídios na adolescência reuniu 24 profissionais e resultou no relatório “Cada Vida Importa”, assinado pelo deputado estadual Renato Roseno, relator do Comitê.

Após a apresentação do relatório, a permanência do Comitê Cearense pela Prevenção de Homicídios na Adolescência foi prorrogada por mais dois anos. Agora, na segunda fase de atuação do colegiado, o trabalho está centrado no acompanhamento das recomendações pra reduzir a violência letal contra meninos e meninas de 10 a 19 anos. Nos últimos meses, a equipe que integra o Comitê se reuniu com os prefeitos das cidades onde a pesquisa foi realizada para apresentar o conjunto de recomendações aos municípios para reduzir o alarmante índice de mortes de adolescentes. Fortaleza e Ceará lideram, hoje, o ranking do Índice de Homicídios na Adolescência (IHA).

Diante da gravidade da situação que vivemos hoje, o CCPHA tem dialogado com diversos setores da sociedade, entendendo que esse problema só será superado se houver ampla mobilização de sociedade civil, entidades religiosas, empresas privadas, organizações de defesa da criança e do adolescente e poder público.