Um dos principais eixos de atuação do Comitê Cada Vida Importa é a mobilização, junto com a incidência política. Atento às demandas dos municípios do Ceará, o Comitê tem visitado algumas cidades do interior do estado apresentando dados e recomendações pela implementação do Selo Unicef, para prevenção de formas extremas de violência contra crianças e adolescentes.

Na última visita, o Comitê esteve presente na cidade de Ocara, a convite da Secretaria do Trabalho e Desenvolvimento Social (SEMTDS), para o lançamento do Fórum Municipal sobre Prevenção da Violência Contra Adolescentes e Jovens. O evento, que aconteceu dia 16 de outubro, teve participação também de representantes do Núcleo de Cidadania de Adolescentes (NUCA) e dos projetos Municipaliza e Vidas Preservadas, do Ministério Público do Ceará.

Com a apresentação da proposta do fórum e do mapeamento de homicídios na cidade, a SEMTDS de Ocara mobilizou uma considerável participação de adolescentes. Segundo Daniele Negreiros, assessora técnica que representou o Comitê, a presença deles foi essencial para o momento pelas intervenções e questionamentos trazidos, pois eles “sugeriram metodologias mais participativas com jovens no monitoramento de estatísticas e políticas públicas”. Os jovens integram o NUCA de Ocara, que é uma iniciativa do UNICEF pela implementação do Selo UNICEF nos municípios do Semiárido brasileiro e consiste num grupo composto adolescente que se organizam em rede, discutem questões importantes para o seu desenvolvimento, implementam ações e levam suas reivindicações à gestão pública municipal.

Interiorização

Além de Ocara, outros municípios também têm solicitado reuniões e encontros com o Comitê para discutir programas de prevenção a mortes violentas na adolescência. Dialogando com as recomendações do Comitê, a intenção do Selo UNICEF é que as gestões municipais se mobilizem contra as elevadas taxas de violência letal de adolescentes.

Para os municípios de pequeno e médio porte receberem a certificação do UNICEF, é preciso que se desenvolvam diversas ações, dentre elas a implementação de programas e políticas de inclusão social de famílias vulneráveis no município; busca ativa, inclusão e acompanhamento de crianças e adolescentes na escola; serviços integrados de atendimento a crianças e adolescentes vítimas ou testemunhas de violência; atendimento socioeducativo em meio aberto alimentando os cadastros nacionais; e ações multissetoriais de proteção do direito à vida dos adolescentes.