Reportagem “Bairros com melhor IDH têm menos homicídios”, publicada no jornal O Povo de hoje, aborda as diferenças geográficas no mapa de homicídios e uma nova política planejada pela SSPDS de identificação das áreas mais vulneráveis da cidade por meio da utilização de um algoritmo. Entre as fontes, o sociólogo Thiago de Holanda e o médico Antônio Lima Neto, respectivamente coordenador técnico e consultor do Comitê Cearense pela Prevenção de Homicídios na Adolescência (CCPHA).
A concentração dos homicídios de adolescentes foi uma das evidências identificadas na pesquisa que realizamos em 2016 em Fortaleza e outras seis cidades. Naquele ano, na capital cearense, 44% das mortes aconteceram em apenas 17 dos 119 bairros. Quase um terço dos homicídios de adolescentes da cidade foi entre moradores de 52 comunidades (onde vivem 13% da população da capital em uma área equivalente a 4% de Fortaleza). Mostramos que a maioria dos adolescentes morreu no próprio bairro e que esses bairros apresentavam infraestrutura e serviços precários, tornando a segregação urbana um fator que contribui para a vulnerabilidade à violência letal.
Essa concentração acontece também no Estado. Em 2018, 69,3% dos assassinatos na faixa de 10 a 19 anos ocorreram em 10 dos 184 municípios cearenses.
Essa evidência subsidiou a recomendação de número 3 do CCPHA: Qualificação urbana dos territórios vulneráveis aos homicídios, com propostas de ações e políticas públicas para o Estado e Prefeituras. Além do urbanismo social é preciso que as políticas cheguem nos adolescentes mais vulneráveis que vivem nesses territórios, como sinalizamos em outra recomendação que trata da ampliação da rede de programas e projetos sociais a adolescente vulnerável ao homicídio.
Ainda não conhece as 12 recomendações apresentadas pelo Comitê? Baixe nossos materiais na sessão Publicações.
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