
O Comitê de Prevenção e Combate à Violência (CPCV) da Assembleia Legislativa do Estado do Ceará (Alece), em parceria com a Escola Superior do Parlamento Cearense (Unipace), iniciou, na manhã desta terça-feira (21/10), o ciclo de formações “Cuidando em rede”, com o tema “O papel da rede extensa na atenção às vítimas de violência armada”.
A ação é voltada aos profissionais que atuam na Atenção Primária à Saúde (APS) e na Rede de Atenção Psicossocial (Raps) da Secretaria da Saúde de Fortaleza e tem como objetivo alinhar fluxos e fortalecer a comunicação entre os serviços que atendem vítimas diretas e indiretas da violência armada no Ceará. O ciclo de formações pretende capacitar por volta de 360 profissionais até o dia 6 de novembro.
O coordenador técnico do CPCV, Thiago de Holanda, enfatizou que a iniciativa busca alcançar profissionais que atuam, principalmente, na APS e na Raps, a partir de estudos realizados pelo Comitê sobre o que é chamado de prevenção terciária.
“São os serviços que atendem diretamente as vítimas de violência, pessoas que sofreram violência armada, que perderam filhos por homicídio ou que sobreviveram a tentativas de homicídio, entre outros tipos de violência dessa natureza. O nosso entendimento é que esses profissionais precisam estar preparados para lidar com determinadas situações de violência que chegam a esses equipamentos”, avaliou Thiago de Holanda.
Para ele, o Ceará é um estado que está a frente de outros no que se refere à rede de acolhimento em casos de violência. “Ao capacitarmos essa rede especializada de atendimento, nós estamos contribuindo muito para o trabalho desses profissionais, que estão ali atuando no cotidiano, na linha de frente e precisam desse amparo”, ressaltou.
A assessora técnica do CPCV e coordenadora da formação, Ingryd Melyna, reforçou a importância da atividade no sentido de dialogar com os profissionais que estão na ponta dos serviços de saúde e no atendimento direto às vítimas de violência armada. “É um ciclo que apresenta estratégias que podem ser adotadas para um atendimento mais qualificado, para que eles possam encaminhas as vítimas para atendimentos mais direcionados”, assinalou.
Ainda segundo ela, a ideia é fazer com que os profissionais de saúde entendam mais sobre o funcionamento da rede especializada, tornando mais efetivo o atendimento psicossocial e jurídico das pessoas vítimas de violência.
Ingryd Melyna salientou que o ciclo de formações vai ser dividido em três momentos. “No primeiro momento, teremos a exposição do contexto da violência armada no Ceará e em Fortaleza. Posteriormente, teremos a apresentação dos equipamentos que fazem os atendimentos às vítimas de violência armada, como eles se organizam e de que forma eles acolhem essas vítimas. Por fim, é previsto um debate e um diálogo sobre o estudo de casos reais do cotidiano”, relatou.
Na avaliação da fisioterapeuta Andressa Monteiro, que participou da capacitação, o treinamento é extremamente importante para todos os envolvidos. “Acredito que quanto mais informações e expertise tivermos sobre o assunto, sobre o funcionamento do sistema de acolhimento, é melhor. É importante saber como podemos colaborar, enquanto profissionais da saúde, no atendimento à população cearense”, destacou.
Comitê de Prevenção e Combate à Violência
O Comitê de Prevenção e Combate à Violência (CPCV) é uma instância de estudo, debate e mobilização que conta com apoio de diversos atores e instituições, em um esforço interinstitucional pela vida, vinculada à Mesa Diretora. Ele é formado por uma equipe interdisciplinar formada por sociólogos, psicólogos, assistentes sociais, jornalistas, entre outros, que trabalha na perspectiva de compreender as razões que levam os adolescentes a serem vítimas de homicídios.
Texto e edição: Portal da Assembleia Legislativa do Ceará
Foto: José Leomar / Alece