A escola como espaço de encruzilhadas, diálogos e partilha. Assim foi a roda de conversa realizada pelo Comitê e Prevenção e Combate à Violência da Assembleia Legislativa, com estudantes da Escola do Campo Maria Elisbânia dos Santos. Localizada na comunidade de Caetanos de Cima, do Assentamento Sabiaguaba (município de Amontada), a unidade abriu as portas para receber a equipe do Comitê, na sexta-feira (31/10).

Presente no momento, o deputado estadual Renato Roseno ressaltou a importância da Lei nº 17.253, que fortalece e amplia o papel das comissões de prevenção à violência nas escolas nas redes pública e privada do Ceará. “Nossa lei tem sido uma ferramenta para institucionalizar uma cultura preventiva e protetiva. Por isso, inclusive, o Comitê desenvolve a chamada Encruza nas Escolas, que vem sendo incorporada também pela Secretaria da Educação do Estado (Seduc). A escola, para ser protetiva, deve ser protegida”, ressalta.

A Encruza é uma abordagem desenvolvida pelo Comitê de Prevenção e Combate à Violência que busca promover o diálogo e a reflexão sobre diversidade, racismo e violência no ambiente escolar, utilizando saberes tradicionais e a ideia da “encruzilhada” como um espaço de múltiplos caminhos e transformações.

“Desde que fundamos o Comitê, priorizamos o contato direto com os territórios. É no território que a realidade acontece. É no território que há o conflito entre grupos armados e população. As escolas estão nos territórios e vivem esse cotidiano. As pessoas estão amedrontadas, mas abertas às propostas de prevenção que fortaleçam a proteção”, comenta o deputado.

A articuladora comunitária Franciane Santos compartilha que acredita na prevenção à violência em diversas perspectivas. “Foi um momento potente de trocas e partilhas sobre caminhos e cultura de prevenção às diversas violências que atravessam o universo escolar e territorial. Também dialogamos sobre as potencialidades, resistências e lutas cotidianas na comunidade pelo Bem Viver da nossa juventude e do nosso povo”, resume.

Para Franciane, a prevenção à violência perpassa diversas frentes de atuação. “Deve estar aliançada com a preservação da natureza, da soberania alimentar e vida em abundância no campo e na cidade. Prevenção à violência é também sobre caminhos de oportunidades, garantia aos direitos, acesso à cultura, ao esporte, ao lazer, além de condições dignas para toda a comunidade”, reforçou.

Texto: Camila Holanda