A equipe do Comitê Cearense pela Prevenção de Homicídios na Adolescência (CCPHA) reuniu-se, na tarde desta terça-feira (28/11), na Assembleia Legislativa, com representantes do Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) para discutir possibilidades futuras de cooperação relacionadas à redução de violência letal contra adolescentes e jovens. Uma das preocupações centrais é garantir o acesso às políticas públicas, como escolas e serviços de saúde, para quem mora em territórios mais vulneráveis à violência urbana.

Durante o encontro, o Comitê Internacional da Cruz Vermelha apresentou suas experiências em conflitos armados e violência armada – o Brasil está enquadrado na última categoria. O chefe adjunto da delegação regional para Argentina, Brasil, Chile, Paraguai e Uruguai da CICV, Filipe Tomé de Carvalho, explicou que a entidade tem como propósito promover e difundir o direito humanitário em situações de conflitos, tendo como foco a proteção das vítimas de violência.

O deputado Renato Roseno, relator do CCPHA, citou a importância do diálogo com os vários setores envolvidos na violência urbana, com destaque para os agentes policiais, por meio da construção de Procedimentos Operacionais Padrão (POP), incluída no conjunto de recomendações do CCPHA. “Precisamos substituir o paradigma repressivo de segurança pública pelo preventivo”, opinou.

A atuação do Comitê Internacional da Cruz Vermelha é centrada em níveis de proteção, assistência, cooperação e prevenção. Dentre as ações realizadas pela delegação regional estão projetos voltados à prevenção de saúde mental, apoio psicossocial, ações em favor de pessoas desaparecidas e seus familiares e visitas a pessoas privadas de liberdade. De 2009 a 2013, o CICV atuou em comunidades do Rio de Janeiro com ações direcionadas à população que vivia nos territórios mais violentos.

Também participaram do encontro representantes do Programa Ceará Pacífico, do Centro de Defesa da Criança e do Adolescente (Cedeca), da Célula de Vigilância Epidemiológica da Prefeitura de Fortaleza, do Núcleo de Estudos sobre Conflitualidade e Violência (Covio) da Universidade Estadual do Ceará e do Centro de Defesa da Vida Herbert de Sousa (CDVHS).