Com o tema “Impactos das desigualdades sociais e das violações de direitos na produção da violência urbana”, o segundo seminário do Movimento Cada Vida Importa debateu, na última sexta-feira (27), a exclusão social relacionada à violência letal no Ceará. O evento foi sediado no Centro de Humanidades 2 da Universidade Federal do Ceará (UFC).

Integrante da Rede Desenvolvimento Sustentável do Grande Bom Jardim (Rede DLIS), Marileide Luz apresentou as desigualdades de investimentos entre as seis regionais de Fortaleza. Ela também falou sobre as resistências de arte e cultura na periferia urbana, lamentando que a atuação dos movimentos sociais e ONGs tenham que incorporar, hoje, várias demandas consequentes dos homicídios na capital cearense.

Também representando a Rede DLIS, Graça Costa citou as inúmeras violações de direitos ocorridas no Grande Bom Jardim e convidou a comunidade acadêmica a se juntar à mobilização social no enfrentamento a essa violências. “A gente não tem como parar mais”, ressaltou.

A professora Camila Holanda, da Universidade Estadual do Ceará (UECE), fez uma reflexão sobre a exclusão social que caracteriza o Brasil e apontou elementos relacionados à dinâmica dos homicídios. “As pessoas naturalizam as desigualdades sociais como se não reconhecessem que elas existem”, disse a docente, que integrou, em 2016, a equipe da pesquisa de campo do Comitê Cearense pela Prevenção de Homicídios na Adolescência (CCPHA) que resultou no relatório Cada Vida Importa.

Articulado no início deste ano como resposta ao alarmante aumento de homicídios no Ceará, o Movimento Cada Vida Importa já reúne 14 universidades cearenses no enfrentamento à violência letal no Estado, com foco na juventude negra e moradora da periferia urbana.