Trajetórias Interrompidas é homenageado por representante do UNICEF no Brasil

 

A Representante do UNICEF no Brasil, Florence Bauer, homenageou o Parlamento cearense, na manhã de hoje (12/12), em solenidade na Assembleia Legislativa, pela pesquisa Trajetórias Interrompidas, elaborada pelo Comitê Cearense pela Prevenção de Homicídios na Adolescência (CCPHA) e o Instituto OCA. O trabalho foi um dos três escolhidos entre 108 estudos apresentados em 2018 a um painel de especialistas em pesquisas sobre a infância e adolescência, no concurso “Best of Unicef Research 2018”.

Florence Bauer falou do grande prazer em reconhecer o trabalho que foi feito no Ceará. “Esse estudo é fundamental porque permitiu conhecer melhor quem são esses adolescentes que foram assassinados e trouxe uma série de recomendações para responder a essa situação”, destacou. Para ela, o Trajetórias se destaca por várias aspectos: “esse é um estudo muito inovador em vários sentidos. Toca em um tema muito delicado, é corajoso, é bem feito em termos de metodologia. Ele analisa a trajetória de meninos que foram assassinados e permite dar um rosto a esses meninos”.

O presidente da Assembleia, dep. Zezinho Albuquerque, agradeceu ao UNICEF, à equipe do Comitê e a todo o colegiado que integra a Casa Legislativa. Ele destacou a importância do Parlamento no enfrentamento da problemática. “São iniciativas como essa, ao lado do Ceará sem Drogas, que mostram que o Legislativo tem um papel essencial para garantir o direito à vida, impactando positivamente os cidadãos”, afirmou.

A gratidão pelo reconhecimento internacional e a reafirmação da responsabilidade com a vida dos adolescentes cearenses foram pontos destacados pelo relator do CCPHA, dep. Renato Roseno. “O reconhecimento internacional aumenta agora a nossa responsabilidade. Nós não queremos mais recolher evidências; nós queremos diminuir a mortandade de meninos e meninas”, afirmou.

O deputado destacou a importância da continuidade do trabalho do Comitê, sobretudo agora quando um novo cenário se apresenta, com um aumento substancial de homicídios de adolescentes do sexo feminino.

“Não podemos aquietar o nosso coração enquanto houver meninos e meninas morrendo por causa da violência. Esse é um desafio ético, social, técnico, político mas, sobretudo, humano. No momento em que a esfera política se enche de desumanidade, em que se falam contra os direitos humanos, em que se exige o encarceramento de jovens, em que se quer reduzir a idade com que meninos e meninas iriam ao sistema penal, nós precisamos responder com humanidade, justiça, proteção e promoção”, reiterou o deputado.

O Comitê adotou uma metodologia de políticas públicas baseadas em evidências e tem servido de modelo para a implantação de experiências similares em São Paulo, Rio de Janeiro e Salvador. Outros estados vêm analisando a criação, bem como municípios. O estudo Trajetórias Interrompidas pode ser acessado em www.cadavidaimporta.com.br.